30 de janeiro de 2016

Vítima reage a assédio e agressor é identificado e punido


Originalmente publicado em Olhar Direto

Foto da internet


Uma mulher foi assediada no centro de uma grande cidade. Se todos os casos fossem notícia, não haveria espaço nem leitores o suficiente para tantas manchetes. Mas um desses casos que ocorreu no último dia 19 de janeiro, em Cuiabá (MT), teve um desfecho diferente. A estudante de enfermagem Maíra Cristina da Silva, de 21 anos, caminhava pela rua quando foi assediada por um homem e reagiu.

Ela publicou um relato em sua página numa rede social dizendo que  o agressor, identificado apenas como Luiz, a ofendeu verbalmente e tocou seu corpo. “Quando ele se aproxima de mim, diz palavras ao meu ouvido [...] ao mesmo instante em que me assedia fisicamente, eu me virei imediatamente, e nem pensei, comecei a bater nele. Nisto, ele caiu no chão e fugiu [...] por coincidência minha professora estava perto me acolheu”, diz.

Após essa primeira situação, Maíra fugiu para procurar ajuda da polícia, mas surpreendentemente, durante o percurso até uma delegacia ela reencontrou o assediador, que insistiu nos ataques verbais e a tocar o corpo da jovem. Ela novamente reagiu e conseguiu se defender agredindo o homem. “Corri pra cima dele, joguei ele no meio da rua e comecei a bater novamente. A ira era tanta que eu  realmente não cheguei a pensar se ele tinha algo que poderia me ferir, e ainda ele veio pra cima de mim, e bati mais”, explica ela. A briga aconteceu às 17h40 da tarde, em um cruzamento da Rua Antônio João, próximo à Praça Ipiranga, no centro da cidade. No segundo momento da agressão, pessoas que estavam no local ajudaram a jovem e detiveram o agressor. A Polícia Militar interveio no caso e fez o Boletim de Ocorrência por tentativa de estupro. Até a data dessa postagem o suspeito permanece preso aguardando julgamento,irá responder por importunação ofensiva ao pudor e o caso ainda será transformado em ação civil por danos morais. 

Apesar do risco que correu,a estudante deixa uma mensagem as mulheres. “Espero que nós nos desprendamos do medo de denunciar. Mesmo depois dele ter fugido após a primeira tentativa, eu procurei a polícia para saber o que eu deveria fazer. Quando ele estava sendo preso, as mulheres que estavam lá me contaram que ele também estava assediando-as verbalmente. Eu reagi por impulso e não digo que é o certo, mas não podemos aceitar qualquer tipo de invasão sobre nossos corpos. Nós mulheres devemos nos defender. A luta precisa ser de mãos dadas para que isso pare de acontecer e ficar impune, pois geralmente por falta de testemunha e até medo, infelizmente muitos casos são arquivados e não levados para frente", afirma. 

Orientação para vítimas:


A orientação oficial da polícia é que mulheres vítimas de assédio e/ou tentativa de estupro procurem um Distrito Policial de Atendimento à Mulher mais próximo e formalizem a denúncia para que o caso possa ser investigado. Também é possível denunciar anonimamente (ou não) pela Central de Atendimento à Mulher através do telefone 180. Além disso, é importante que a vítima sinta-se segura e apoiada pela família e em seus círculos sociais. Não fique calada, compartilhe sua história e apoie outras mulheres.
Foto da internet




Mulher, você conhece o Projeto Vamos juntas? 



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